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Desafio lançado em jeito de competição pela Varino vai dar lugar a nove prédios, com um máximo de nove andares,“plantados no meio de uma zona verde”. Custará 300 milhões de euros e criará cerca de 400 apartamentos.
Será o maior investimento privado alguma vez realizado na Região. O projeto ‘Dubai Madeira’, um empreendimento habitacional de luxo, representa um investimento 100% privado de 300 milhões de euros, e nasce de um desafio lançado a sete arquitetos pela Varino, o grupo formado pela Socicorreia e AFA.
Serão construídos nove edifícios, numa área de 35 mil metros quadrados, na Ajuda, na zona Oeste do Funchal. No total, darão lugar a cerca de 400 apartamentos, de tipologias T1 a T4.
O primeiro edifício deverá estar concluído já no próximo ano e os últimos dois em 2028, indicou o presidente executivo da Socicorreia, que apontou ainda que a segunda torre deverá ser iniciada dentro de um a dois meses. Os edifícios terão um máximo de nove andares e vão ser “todos diferentes uns dos outros”, frisou Custódio Correia, acrescentando que “todos eles têm comércio ao nível do piso 0”, assim como estacionamento para todas as frações.
“A ideia de criar aqui um projeto diferenciador, com vários arquitetos, vários tipos de projetos, foi também para captar todo o tipo de clientes. Quer clientes locais, continentais e mesmo estrangeiros, que cada vez mais procuram a Região”, explicou. “O primeiro edifício já está 90% vendido e o segundo, que vai arrancar, tem já três ou quatro apartamentos vendidos.”
Receita fiscal de 108,5 ME
De acordo com o presidente da Ordem dos Economistas na Madeira, Paulo Pereira, está em causa “o maior investimento privado que já foi feito na Madeira” e que representará um “acréscimo de riqueza” para a Região de 79,19 milhões de euros. “É um acréscimo de riqueza. Se este projeto não fosse feito, a Madeira não geraria isto”.
Paulo Pereira, que apresentou um estudo de impacto económico do projeto, indicou, também, que o ‘Dubai Madeira’ terá um impacto de 108,5 milhões de euros em termos de carga fiscal, sendo que a Câmara Municipal do Funchal arrecadará um total de 20,55 milhões de euros decorrentes de impostos – equivalendo a 18,9%.
A maior fatia da carga fiscal (81,1%), todavia, ficará para o Governo Regional, no valor estimado de 87,98 milhões de euros, o que representará “1,5% do total dos impostos” que o Executivo madeirense irá receber durante todo o processo. “Parece pouco, mas isto é imenso no impacto da receita do Governo Regional”, disse o economista.
Outro dos dados apresentados por Paulo Pereira foi referente aos custos com pessoal e postos de trabalho. Num investimento que deverá contar com cerca de 350 trabalhadores em média, e com um pico de 400 trabalhadores, o custo com massa salarial estimado para os promotores é de 85 milhões de euros. De acordo com a carga fiscal existente, 37% desse valor será repartido entre IRS [7,6 milhões de euros], e total de contribuições sociais [23,9 milhões de euros]. Já 63% do referido custo com pessoal será destinado aos salários líquidos, equivalente a 53,6 milhões de euros.
Imobiliário de alto rendimento
O presidente do Governo Regional, que também assistiu à apresentação pública do projeto, que decorreu ontem no hotel Savoy Palace, salientou os avanços feitos pela Madeira no ramo imobiliário de alto rendimento.
“Este empreendimento insere-se numa oferta que não existia até há poucos anos na Região, que é a oferta ‘premium’. No início deste processo, eu disse que a Madeira tinha todas as condições para atrair residentes de alto rendimento, algo muito importante para uma região como a nossa”, disse Miguel Albuquerque, sublinhando os efeitos multiplicadores da capacidade para atrair residentes com poder financeiro.
“O efeito multiplicador que [estes novos residentes] trazem para a economia é muito importante. Isso está a acontecer na zona Oeste, e os projetos de qualidade que estão a ser desenvolvidos correspondem às nossas expectativas, que é criar na Madeira um ramo imobiliário de alto rendimento, que traga projetos de qualidade e sobretudo residentes com massa crítica e poder financeiro para trazer know-how ao nosso tecido social e económico”, vincou o governante.
Apesar de tudo, Miguel Albuquerque frisou que “todo o processo de investimento e consolidação de estruturas residenciais de alto rendimento tem de ser contrabalançado com um processo de apoio governamental para continuar a colocar no mercado habitações para os cidadãos e para os jovens casais” [ver caixa acima].
“Alicerce” para o Funchal
Pedro Calado destacou, por seu turno, o “projeto muito arrojado, do qual a Câmara Municipal do Funchal muito se orgulha”. O presidente da Câmara Municipal do Funchal indicou que o empreendimento se insere numa “política de crescimento de toda a zona Oeste” da cidade, onde está perspetivada, para os próximos cinco a seis anos, a construção de 1.843 fogos, num volume de negócios superior a mil milhões de euros.
“Este contributo fiscal é o que vai criar alicerce para que o município do Funchal continue a zelar pelos interesses da população”, vincou. “Não nos podemos esquecer que há infraestruturas rodoviárias para serem construídas, há saneamento básico, há manutenção de jardins, há um sem número de situações que só podem ser realizadas com este investimento, daí a importância de nós nunca fecharmos o ciclo”.
O autarca garantiu ainda estar “ao lado dos empresários” e assegurou que irá manter os impostos no mínimo enquanto for presidente do executivo funchalense.

300 M
O investimento de cerca de 300 milhões de euros traduz-se no mais elevado a ser realizado na Madeira.
Sete arquitetos são responsáveis pelos projetos das nove torres do ‘Dubai Madeira’.
“Quisemos criar algo diferente”De acordo com Custódio Correia, uma das principais linhas orientadoras foi “criar algo diferente”. “Construir prédios paralelos às ruas é aquilo que se faz em todo o lado, construir prédios em banda também é vulgar. Nós entendemos usar a nossa capacidade técnica e sermos diferenciadores”, vincou. “O que pretendemos foi criar um parque verde, e com os nove edifícios plantados no meio desse parque verde. Não há carros à superfície, há é ciclovias, zonas pedonais e de lazer, jardins.”
“A partir daí, lançámos o desafio a vários arquitetos”, disse, depois de uma reunião que serviu para a apresentação de cada um dos nove projetos, desenhados pelos sete arquitetos – quatro continentais e três madeirenses. “Quisemos fazer aqui um género de competição, de concurso, sem vencedores e sem vencidos, mas com projetos ao gosto de cada um”.
Avelino Farinha, líder do Grupo AFA, também sublinhou a ideia do projeto global, e mostrou-se agradado com o resultado das apresentações feitas ao consórcio. O empresário deixou palavras de agradecimento aos arquitetos, bem como à Câmara Municipal do Funchal e ao Governo Regional, que apesar de não terem participação direta, ajudaram a “criar as condições de investimento”.
FOTO JOANA SOUSACustódio Correia e Avelino Farinha visitaram o local do empreendimento com os arquitetos.
108,5 M
Carga fiscal prevista para os promotores será de 108,5 milhões de euros, sendo que a maior fatia, mais de 80%, vai para o Governo Regional.
85 M
Custos de massa salarial vão ascender aos 85 milhões de euros durante o processo de construção, que ficará concluído em 2028.
Depois de elogiar e incentivar a aposta no imobiliário de alto rendimento, Miguel Albuquerque fez questão, todavia, de não esquecer a população atualmente residente. De forma a combater a natural subida dos preços do imobiliário, o presidente do Governo Regional adiantou que o Executivo já iniciou um processo de aquisição de 533 habitações na Região, feitas por privados, e à construção de mais 270 habitações destinadas a famílias e jovens casais, em regime de arrendamento acessível.
“Isso significa que as famílias pagam uma renda em função do seu rendimento e, após alguns anos, podem adquirir essas habitações através do regime de renda resolúvel, ou seja, podem fazer a amortização das prestações e pagamentos no final com valor residual para adquirirem essas habitações”, explicou.
“É preciso termos em atenção que toda esta criação de riqueza só tem sentido se levarmos em linha um critério decisivo e fundamental de coesão social e económica”, ressalvou o governante. “Não podemos estar a criar uma sociedade dual e nós queremos evitar o fenómeno que aconteceu em Lisboa e no Porto, onde os preços subiram de forma exponencial, e hoje a maioria das famílias de classe média e jovens casais vão viver para as periferias porque não têm lugar na sua própria cidade”.
“Queremos evitar o fenómeno que aconteceu em Lisboa e no Porto”

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