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Economia a crescer há quase cinco anos.

IRAE, divulgado ontem, em Abril concluiu 59 meses em trajectória positiva.

Há 59 meses consecutivos que a economia regional apresenta uma trajectória positiva, o que significa que juntando os dados sobre o consumo privado, o investimento interno, a procura externa, o mercado de trabalho, os preços no consumidor e outras variantes sectoriais como as do turismo, saldo entre constituição e dissolução de empresas, emissão de energia e consumo de combustíveis, caminhamos para o quinto ano seguido com o IRAE (Indicador Regional de Actividade Económica) no ‘verde’, a crescer.

Embora em Abril de 2018 o IRAE tenha atingido 1%, o que significou que a “actividade económica regional acelerou ligeiramente, invertendo o sentido da tendência que se vinha a verificar nos últimos dois meses”, segundo a Direcção Regional de Estatística da Madeira, que ontem divulgou este indicador mensal, a verdade é que este é o terceiro resultado mais modesto dos últimos dois anos.

Desde Junho de 2013 que o referido indicador está positivo, com altos e baixos, mas sempre na linha superior da tabela (ver gráfico). Ainda que num contexto de intervenção externa, pois durante parte deste período (até final de 2015) estávamos sob a vigência de um Programa de Ajustamento Económico e Financeiro, a verdade é que quase todos os números, ao quarto mês de 2018 continuam a ser positivos. As excepções são as dormidas nos estabelecimentos hoteleiros, as vendas de automóveis novos ligeiros de mercadorias, o movimento de mercadorias nos portos, o movimento de passageiros nos aeroportos, os levantamentos e compras através de terminais automáticos de pagamento, e pouco mais, num total de 37 indicadores (alguns calculados mensalmente, outros trimestralmente) e que, assim, formam o referido IRAE.

Refira-se que há nove meses que a DREM iniciou a disponibilização deste novo produto estatístico que veio “colmatar uma lacuna na análise de conjuntura regional, permitindo avaliar com maior precisão e informação a evolução da economia” madeirense. O IRAE permite analisar a “evolução da economia e identificar de forma inequívoca a sua trajectória (...) e magnitude das flutuações: se esta se encontra em terreno positivo ou negativo, as acelerações, desacelerações e a identificação de pontos de viragem”, explicava em Outubro do ano passado quando lançou o estudo. E a verdade é que a trajectória, ainda que com menor fulgor, continua positiva.

Importa conter nas despesas para reduzir nos impostos

Num comentário sobre a evolução do IRAE, o presidente da delegação regional da Madeira da Ordem dos Economistas frisa que “a evolução positiva e constante do indicador nos últimos 59 meses confirma o que se sente na generalidade do dia-a-dia dos cidadãos: mais confiança dos agentes privados nas suas tomadas e decisão para consumo e investimento”.

Para Paulo Pereira, “o ambiente de boas notícias nacionais e internacionais e a não constante ‘nuvem negra’ das más notícias na comunicação social ajuda muito, bem como já se sentirem há muito os efeitos da ‘limpeza’ que a chamada crise provocou em muitas empresas, deixando mais espaço livre para outras aparecerem e crescerem”, acredita.

Em termos de explicações para estes resultados, dá destaque além do conhecido efeito do Turismo, não se deve “negligenciar o efeito da vinda em massa de compatriotas de várias gerações oriundas da Venezuela, com a sua capacidade de investimento, consumo e trabalho a beneficiar a economia da RAM”, analisa. “Isto é ainda mais notável por estar a acontecer com uma carga fiscal elevadíssima, herdada do PAEF que só muito tenuemente tem sido mexida em baixa, o que deixa pouca margem, quer para o Governo, quer para os restantes agentes económicos acomodarem alguma alteração de conjuntura mais desfavorável, que certamente virá no futuro. Pelo que não é uma mera birra ou ‘disco-riscado’ a constante solicitação e alerta para a necessidade de contenção dos gastos do Governo e autarquias para se poder baixar a carga fiscal o quanto antes, além de que é da mais elementar justiça e inteligência económica (que não é o mesmo que política)”, aponta.

Paulo Pereira conclui com uma questão: “Se o imposto sobre o tabaco é para desincentivar os fumadores de o fazerem, que esperar sobre elevados impostos sobre rendimento e consumo?”

Artigo DN 17 Jul 2018

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