A morte da Silly Season
[Embora em várias línguas a tradução de “silly season” seja um termo que envolve a palavra “pepinos”, não foi de E.coli que ela morreu.]
Passado o equinócio de 21 de Junho, começa o Verão. Com os dias quentes, as revistas ditas cor-de-rosa enchem-se de relatos sobre os modelos de calções de banho escolhidos pelos nossos governantes, enquanto os jornais (cinzentos) ficam sem notícias sobre a política nacional. Mas não este ano! Este verão, as flores de hibisco vermelhas sobre fundo azul nuns calções pelo meio da coxa vão ficar guardadas e não farão capa de revista: o recentemente eleito Primeiro-ministro já anunciou que este Governo não tirará férias.
Embora abdicando da praia, o Verão do actual Executivo será passado numa cura de emagrecimento… do Estado. Em vez de passeios à beira-mar, ter-se-ão de implementar as disposições que constam do memorando de entendimento com FMI, BCE e Comissão Europeia. Há um banco para privatizar, golden shares para eliminar e legislação laboral para alterar. Só para referir, assim de repente, as mais prementes, que têm de estar implementados até ao fim de Julho.
Posto isto, acho que se pode passar a certidão de óbito da silly season deste ano. Só espero que ela não ressuscite como a “impractical season”.
Por: Vera Gouveia Barros