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“Arbitragem na easyjet”
 
[Quem está a pensar que este texto revela alguma conversa escaldante entre árbitros e dirigentes desportivos ocorrida durante um voo na referida companhia aérea desengane-se!]
 
Nenhum curso de formação e treino para tripulações prepara hospedeiras e comissários de bordo para a situação a que os submeti há umas semanas. Eu conto. Decidi ir passar o fim-de-semana a Lisboa. Depois de consultar horários e tarifas, escolhi ir na easyJet. Sentada no meu lugar e com hora e meia de voo pela frente, reparei na promoção que era anunciada por uns pequenos cartazes presos ao banco da frente: do lado direito, a compra de uma bebida quente possibilitava a aquisição de um chocolate por €1 ou 50 pence; do lado esquerdo, umas novas batatas fritas que custavam €1,50 ou £1. Perante estes preços, chamei a hospedeira. Pedi-lhe umas batatas fritas ou uma bebida quente e um chocolate? Não! Perguntei-lhe se podia comprar e vender comida a bordo. Ela olhou-me estupefacta e nem soube o que responder (com terroristas sabia ela lidar, mas com isto?!). Expliquei-lhe, então, que me daria muito jeito comprar as batatas por euro e meio, vendê-las a um inglês faminto por uma libra, com a qual compraria dois chocolates que venderia a um português guloso por dois euros. E, assim, teria um lucro de 50 cêntimos com um investimento inicial de €1,50 – taxa de rentabilidade de 33%: nada mau!!! Mas as hipóteses de arbitragem não se ficam por aqui… Curiosa, fui ver o catálogo de perfumes, brinquedos e etceteras: as taxas de câmbio implícitas são quase tantas quantos os produtos vendidos. Houvesse um número suficiente de compradores e tinha a viagem paga! Infelizmente, não são muitos os que compram algo a bordo (a “bordo”, como pronuncia a voz off que nos dá as boas-vindas e informações gerais sobre o voo). E, assim, não vai ser muito lucrativa uma carreira na aviação, não como piloto ou hospedeira, mas arbitragista.
 
Por: Vera Barros
Docente Universitária
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