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A evolução dramática dos preços do petróleo chama a atenção para as alterações significativas ocorridas nos anos 70/80 e que, basicamente, determinaram o fim dos 30 anos gloriosos e do modelo de produção fordista e de consumo de massas, prevalecente na Europa Ocidental desde o fim da Segunda Guerra Mundial. A progressiva desmaterialização da economia e a ênfase dada aos factores competitivos de índole intangível (capital humano, criatividade, inovação) e a sectores emergentes (tal como o das telecomunicações), apesar de terem beneficiado a maioria das regiões mais prósperas e dinâmicas, introduziu também um factor de subversão na hierarquia espacial regional. Regiões industriais prósperas até aos anos 70 entraram num processo de estagnação/empobrecimento, nalguns casos dramático. Paralelamente, algumas regiões que começaram a apostar em sectores emergentes mas ainda periféricos na geografia económica dos anos 60 principiaram a beneficiar do investimento estratégico lançado nessa década, tal como a valorização do capital humano e dos recursos endógenos. Constatada a alteração da paisagem económica, estas regiões procuraram atingir massa crítica nos sectores então ainda emergentes e beneficiar das chamadas ´first move advantages´, o que lhes permitiu atingir o século XXI no pelotão da frente da hierarquia espacial. Parecem não existir dúvidas que a mudança estrutural na procura e oferta de produtos petrolíferos estará no epicentro de mudanças estruturais na paisagem económica, algumas das quais já perceptíveis. Será expectável que, mais uma vez, as regiões que disponham desde já de vantagens comparativas nos sectores emergentes de futuro poderão também avançar na hierarquia espacial. Daí que se possa sugerir que investimentos estratégicos em competências de futuro, porventura ainda difusas e incertas na sua aplicabilidade, devem também ser contempladas em paralelo a esforços destinados na melhor das hipóteses a ´acompanhar o passo´. Sabe-se que os investimentos de longo prazo, difusos e incertos na generalidade, coadunam-se com algumas dificuldades com as estratégias de investimento pessoal, colectivo e empresarial, que tendem a enfatizar o curto prazo. Parece, no entanto, que não restam dúvidas que existem todas as vantagens em começar a acumular ´pontos´ mais na próxima geração de sectores emergentes do que na actual geração de sectores de futuro. 

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